Agências da ONU reforçam que redes 5G não espalham Covid-19

OMS e UIT reagem às notícias de que, no Reino Unido, populares colocaram fogo em torres de telecomunicações após alegações infundadas de que redes móveis 5G seriam usadas para alastrar a doença

Uma teoria da conspiração sem pé nem cabeça que levou britânicos a colocar fogo em torres de telecomunicações no começo do mês mobilizou a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Ambos os organismos são ligados à ONU e emitiram nos últimos dias comunicados ressaltando a importância de as pessoas se fiarem em páginas noticiosas com credibilidade, na opinião especialistas e sempre baseada em evidências científicas.

A OMS criou um infográfico e o publicou em suas redes sociais na quinta-feira, 8, no qual ressalta que 5G e Covid-19 não têm qualquer relação. “Os vírus não viajam através de ondas de rádio e redes móveis. A Covid-19 está se espalhando em países onde não existe nenhuma rede 5G”, ressalta.

A organização lembra que já se sabe que a Covid-19, causada pelo novo coronavírus, é transmitida pelo ar através de gotículas derivadas da respiração humana, tosses, espirros e falas. Outra forma de infeção seria tocar superfícies contaminadas e levar as mãos à boca, aos olhos ou ao nariz. Sem qualquer possibilidade, portanto, de transmissão por causa de tecnologia de telecomunicação móvel.

UIT

Na mesma linha, a UIT soltou nota hoje, 13, na qual ressalta que a ciência há de estabelecer a forma correta de lidar com a doença, e não teorias da conspiração sem lastro algum.

O braço da ONU para o setor de telecomunicações ressalta que esta é a primeira pandemia em que há sistemas de TI e que estes poderão ajudar a reduzir os impactos negativos da disseminação da doença.

“Enquanto ilações ligando a tecnologia 5G à doença Covid-19 estão se avolumando, a UIT permanece ao lado da ciência e deixa claro que tais alegações não têm base científica alguma”, reforça a agência.

A UIT reafirma a importância das redes sociais neste momento para manter a população bem informada. E destaca que “trazer notícias e fatos confiáveis sobre a Covid-19 é primordial”.

As redes sociais afirmam que têm agido. Desde que as operadoras inglesas começaram a relatar que tiveram suas antenas incendiadas em diferentes pontos do Reino Unido, Youtube, Facebook, Instagram e Twitter dizem que passaram a retirar ou restringir o alcance dos conteúdos conspiracionistas associando 5G e coronavírus.

Conforme o jornal New York Times, que estampou reportagem sobre o assunto na capa, no sábado, 11, na última semana havia 487 comunidades no Facebook, 84 contas no Instagram e 52 no Twitter espalhando a falsa teoria. No Youtube, os 10 vídeos mais vistos que associavam 5G à Covid-19 já tinham mais 5,8 milhões de visualizações.

“Hoje, mais que nunca, a tecnologia da informação é vital para nossa economia, saúde e segurança. A UIT, como agência da ONU especializada em tecnologias de informação e comunicação, continuará a promover o uso dessas tecnologias como apoio no combate à Covid-19”, afirmou o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao.

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Rafael Bucco

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