Bahia quer conectar cem cidades em alta velocidade até 2018
Depois de concluir a conexão de 600 pontos públicos em Salvador em fibra óptica, o governo do estado da Bahia vai partir para o interior. O objetivo é conectar cem cidades em alta velocidade até o final de 2018. Para isso, a Secretaria de Ciência e Tecnologia está finalizando uma parceria com a RNP, responsável pela rede acadêmica brasileira, para pegar carona no acordo que a RNP firmou com a Chesf. “Vamos usar um canal de 100 Mbps do cabo OPGW da Chesf para implantar pontos de presença em 24 cidades, em todas as regiões do estado”, contou Grinaldo Lopes de Oliveira, coordenador geral de Infraestrutura de TI da Secretaria, na abertura do Encontro Provedores Regionais Salvador, realizado hoje na capital baiana.
Oliveira destacou que a conectividade em todo o estado é fundamental para o sucesso do programa Bahia Global, em desenvolvimento pela SECT, que pretende implantar um polo de inovação em cada um dos 27 territórios de identidade do estado, cada um com sua vocação econômica. No momento, a Secretaria está definindo a entidade do governo que vai consolidar os dados de cada um dos 27 territórios e identificar uma instituição, provavelmente de ensino, que possa ser o “coração” do polo de inovação de cada região. O processo vai desaguar em uma grande feira com a produção de todos os territórios, a ser realizada no segundo semestre, para mostrar para o Brasil e também para o exterior “o que a Bahia produz”. O objetivo é qualificar essa produção, incluindo a produção da economia criativa, para que os produtos e serviços baianos possam disputar mercados.
Mas sem infraestrutura de banda larga, lembra Oliveira, o programa Bahia Global não sairá do lugar. Por isso, construir a infraestrutura de banda larga passou a ser prioridade zero. Na capital baiana, 60% dos pontos públicos do governo do estado — escolas, postos de saúde, hospitais, delegacias, prédios públicos — já estão conectados por rede de fibra óptica com tecnologia GPON. Os demais 40% serão conectados até o final de junho.
Para montar a rede, que será operada pela Prodeb, a empresa de TICs do governo estadual, o governo baiano está usando dois pares de fibra da rede metropolitana de Salvador da RNP, a Remessa. “Nós usamos a Remessa e construimos a rede de acesso para chegar a periferia”, disse Oliveira. Foram instalados nove pontos de presença, a partir dos quais a rede é capilarizada. Para a construção da rede de acesso foram licitados dois lotos, cada um para 300 pontos. No lote vencido pela ICP, responsável pela implantação do trecho, são fornecedores Furukawa (cabos ópticos) e Huawei (OLTs e roteadores). No lote da Aynil, Prysmian (cabos ópticos) e Huawei. O investimento do governo na rede da capital foi de R$ 20 milhões.
Rumo ao interior
Com um território do tamanho da França e mais de 400 municípios, a Bahia é um enorme desafio para se implantar uma rede estadual de banda larga de alta velocidade. Um projeto desse porte custaria algo em torno de R$ 1 bilhão, segundo estimativas da SECT. Para contornar a falta de orçamento, a saída viável foi pegar carona no acordo que a RNP firmou, em setembro passado, com a Chesf para usar sua infraestrutura de cabos OPGW, que em capacidade para cerca de 80 canais de 100 Gbps cada.
Pela parceria que está firmando com a RNP, o governo baiano vai usar um canal de 100 Gbps da rede da Chesf, que lhe permitirá levar banda larga de alta velocidade para 24 cidades onde serão construídos POPs. A partir daí serão atendidas, numa primeira fase até o final de 2018, mais 86 cidades, entre as maiores do estado. Para realizar o projeto inicial (instalar os 24 POPs), o custo está estimado em R$ 23 milhões, recursos que ainda não estão totalmente assegurados.
De acordo com Oliveira, o objetivo do governo do estados é chegar às demais cidades, a partir dos 24 POPs que terão 100 Gbps cada, é usar o caminho de parcerias com provedores regionais e outras empresas. “O modelo ainda esá em discussão. Existem várias modelagens possíveis”, disse ele.
Hoje, o governo da Bahia tem como único provedor de conexão na capital e no interior a Oi, que venceu a última licitação realizada. O custo de conectividade/ano é de R$ 78 milhões, R$ 16 milhões dos quais na capital que, a partir de junho, vai substituir o provedor privado pela sua rede própria.