Balança comercial de eletro eletrônicos tem déficit de US$ 25,1 bilhões, diz Abinee
A balança comercial de produtos elétricos e eletrônicos teve um déficit, no acumulado de janeiro a setembro de 2021, de US$ 25,1 bilhões, 29,1% acima do registrado em igual período de 2020 (US$ 19,4 bilhões). Esse resultado decorreu da elevação de 28,8% nas importações, embora as exportações também tenham crescido 29.1%, mas elas são em muito menor volume de recursos.
Os dados foram divulgados pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a partir do estudo “Balança Comercial de Produtos do Setor Elétrico e Eletrônico Por Blocos Econômicos”.
Segundo a Abinee, a maior parte do déficit ocorreu em função dos negócios com os países da Ásia (US$ 21 bilhões), sendo que
somente com a China, o saldo negativo atingiu US$ 14 bilhões, e com os demais países asiáticos, US$ 7 bilhões.
Exportações
As exportações de produtos eletroeletrônicos atingiram US$ 527,3 milhões em setembro de 2021, 29,2% acima das realizadas em setembro do ano passado (US$ 408,0 milhões).
Segundo a entidade, essa taxa elevada de exportações de eletroeletrônicos contou com uma base fraca de comparação porque em setembro de 2020 as exportações ainda estavam sendo afetadas pela retração da atividade econômica no Brasil e no mundo decorrente da pandemia da Covid-19.
Desde março deste ano, porém, as exportações vêm retomando os patamares anteriores à pandemia, com resultados próximos
aos atingidos em 2019. Em setembro de 2021, as vendas externas ficaram 11% acima das registradas no mesmo período de 2019 (US$ 476,3 milhões).
Na comparação com as exportações realizadas em setembro de 2021 notaram-se incrementos em seis das oito áreas do setor.
Um dos destaques é a expressiva taxa de crescimento de material elétrico de instalação, que atingiu 76,9%. As exportações de disjuntores, que aumentaram 176%, ajudaram a chegar a esse resultado.
Queda
As exportações de telecomunicações, por sua vez, caíram 11,7% em relação aos resultados verificados em setembro de 2020. Neste caso, aponta a Abinee, destacaram-se a diminuição de 63% nas vendas externa de celulares e a queda de 55% em comutação privada.
Também houve queda nas vendas externas de bens de informática (-5,4%), principalmente em decorrência da retração de 94% nas vendas de caixas registradoras e da queda de 19% em impressoras.
Ampliação
As exportações para os Estados Unidos somaram US$ 1,1 bilhão, com ampliação de 13,7%, porém a participação do mercado norte-americano no total das exportações de produtos do setor diminuiu de 28%, no acumulado de janeiro a setembro de 2020, para 25%, no mesmo período de 2021.
As vendas externas para os países da União Europeia cresceram 23,1%, mantendo a participação em 10%. As exportações para a China aumentaram 68,3%, ampliando a participação do mercado chinês de 3% para 4%.
Importações
Em relação às importações, produtos elétricos e eletrônicos atingiram US$ 3,64 bilhões em setembro de 2021, resultado 25,6% acima do obtido no mesmo mês do ano passado (US$ 2,90 bilhões).
Da mesma forma como nas exportações, o incremento das importações também contou com base fraca de comparação, visto que em setembro de 2020 as importações ainda estavam sendo impactadas negativamente pela pandemia de Covid-19.
Contudo, verificou-se que em todos os meses de 2021 as importações superaram os resultados obtidos no mesmo mês de 2019, período anterior à pandemia. Em setembro deste ano, o desempenho das importações foi 33% superior ao registrado em setembro de 2019 (US$ 2,74 bilhões).
Na comparação com setembro de 2020, as importações ocorridas em setembro de 2021 mostraram crescimento em todas as áreas do setor. A maior taxa ocorreu em GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica –, que atingiu 94,4%.
As principais origens das importações continuam sendo os países asiáticos (exceto Oriente Médio), que somaram US$ 21,3 bilhões, o que representa 73% do total.
As compras de bens destes países cresceram 33,2% em relação ao resultado obtido nos primeiros nove meses de 2020, com incremento de 39,7% nas compras da China e de 21,7% nas compras dos demais países desse bloco.
A Abinee destaca que o mercado chinês foi o único a ampliar a sua participação no total das importações de produtos do setor, que passou de 45% para 49% no período citado.
Ainda em relação à Ásia, nota-se que 78,6% das importações de componentes eletroeletrônicos vieram desta região, sendo 44,8% da China e 33,8% dos demais países.
Especificamente no caso de semicondutores, esse percentual é ainda mais expressivo. Do total importado de semicondutores no acumulado dos primeiros nove meses deste ano, 95% vieram da Ásia, sendo 27,6% da China e 67,4% dos demais países da região.
A lista completa desses indicadores está disponível no site www.abinee.org.br na área Economia e Estatísticas.