Déficit da balança comercial do setor eletroeletrônico recua 26% em 2015
Dados consolidados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apontam que o déficit da balança comercial dos produtos elétricos e eletrônicos atingiu US$ 25,5 bilhões em 2015, 26% abaixo do registrado em 2014 (US$ 34,6 bilhões). Este resultado é consequência da queda de 23,6% nas importações e de 9,8% nas exportações do setor em 2015 na comparação com o ano anterior.
Segundo o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, o novo patamar do dólar não foi suficiente para estimular as vendas externas no ano passado. Já a redução nas importações é atribuído ao fraco desempenho do mercado interno. “Desde junho de 2014, o déficit da balança do setor começou a registrar resultados abaixo dos apontados nos mesmos períodos do ano anterior devido à queda de atividade no mercado interno”, ressalta.
Segundo os números da entidade, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 5,9 bilhões, ante US$ 6,6 bilhões em 2014. Com exceção das vendas externas de bens de Material Elétrico de Instalação (+7,3%), com destaque para os disjuntores (+37%), as exportações das demais áreas recuaram.
As exportações do setor de telecomunicações apresentaram queda de 14,9% em 2015, se comparadas às de 2014. Ao todo, movimentou US$ 223,9 milhões. O setor de informática registrou queda de 10,8% nas exportações, com valor total de US$ 267,1 milhões.
As importações de produtos elétricos e eletrônicos totalizaram US$ 31,4 bilhões, no acumulado de janeiro-dezembro de 2015, contra US$ 41,2 bilhões no ano anterior. Todas as áreas apresentaram queda nas importações com taxas de mais de 30% em alguns casos, como Telecomunicações, Informática e GTD.
No caso, as importações de telecomunicações despencaram 31,6%, movimentando US$ 1,95 bilhão em 2015. No setor de informática, a queda foi de 30,2%, com valor de US$ 1,72 bilhão.
Ao analisar por regiões, a maior parte do déficit ocorreu em função dos negócios com os países da Ásia (US$ 19,5 bilhões), sendo que somente com a China, o saldo negativo alcançou US$ 11,7 bilhões. Apenas os negócios com países da Aladi geraram resultado superavitário (US$ 1,5 bilhão), porém, seu montante foi bem menos expressivo do que o déficit registrado pelas demais regiões, principalmente, pelos países da Ásia.
Para 2016, a projeção da Abinee é de que as exportações aumentem a participação nos negócios do setor com crescimento da ordem de 2%, enquanto as importações continuarão ressentindo-se do pouco dinamismo do mercado interno, registrando queda de 3%.