Dos hospitais públicos próprios do estado de São Paulo, 90% estão digitalizados
Se ainda há um longo caminho a percorrer, como a integração dos prontuários eletrônicos do cidadão em um prontuário único, o nível de digitalização dos hospitais próprios da Secretaria de Saúde do estado de São Paulo já percorreu um longo caminho nos últimos cinco anos. Hoje, 36 unidades apresentam o nível de digitalização número 3, ou seja, desde a admissão do paciente até a sua alta.
Se muito foi feito, como relata João Gilberto Pinheiro, gerente executivo da Prodesp, responsável pela Vertical Saúde, existem ainda oito unidades que continuam basicamente na fase dos processos em papel. “Não podemos falar em integração de dados se não temos dados”, diz ele.
O esforço primeiro do projeto de Informatização dos Hospitais da Coordenadoria do Serviço de Saúde da Secretaria de Saúde do estado de São Paulo, batizado S4SP, foi padronizar os sistemas e as informações, com o objetivo de ter sistemas de informação e gestão, gerar o prontuário eletrônico do paciente e melhorar o atendimento ao cidadão.
Segundo Pinheiro, trazer as 31 unidades hospitalares, que adotavam outros padrões, e as 20 unidades que não tinham nada de sistemas digitais para o nível 3 de digitalização, da porta de entrada do paciente à porta de saída já representou um ganho enorme para a gestão, em termos de agilidade no atendimento, gestão das filas, acompanhamento do diagnóstico. O nível 3 é conhecido como o nível SUS.
Exemplo de quem subiu na escala
Mas há hospitais que já avançaram na escala de digitalização, que vai até o nível 7, caso do Complexo Hospitalar Padre Bento, de Guarulhos, referência em neurocirurgia e oftalmologia. Ex-hospital psiquiátrico e ex-hospital de hanseníase, o Padre Bento é hoje hospital de referência na região do Alto Tietê.
Com 135 leitos e 51 especialidades, o hospital, relatou o diretor técnico de Saúde Roberto de Almeida Duarte, já digitalizou o a gestão de medicamentos e materiais e o atendimento do PS. Agora, aguarda para iniciar o processo de digitalização das atividades relativas ao histórico de enfermagem, ao censo de enfermagem, ao CCIH e para colocar na web as informações dos prontuários eletrônicos.
“Hoje todo mundo consulta os prontuários eletrônicos. Acabaram-se as filas. Houve uma melhora na administração dos medicamentos na farmácia. O absenteísmo caiu, pois vamos atrás do paciente”, disse Duarte, ao enumerar os ganhos da digitalização. “Quem visita o hospital, parece até que é um hospital vazio, porque não tem acúmulo de paciente. É apenas um hospital ordenado.”
Isso se reflete nos números. Em 2015 faturou R$ 10,799 milhões e atendeu 789 mil pacientes; em 2016, faturou R$ 11,550 milhões e atendeu 836 mil pacientes; em 2017, faturou 825, 875 milhões e atendeu 825 mil pacientes. Segundo o diretor técnico, em um hospital público, o aumento da produção não significa mais dinheiro entrando, mas se reverte em benefícios como mais recursos para formação da equipe ou mais recursos para a compra de equipamentos.
Quanto à queda nos atendimentos, explica que à medida que o hospital se especializa, ela faz mais atendimentos especializados e, portanto, mais eletivos e mais caros. “Por isso, somos referência na região.”