França fará piloto de acesso compartilhado a espectro licenciado

Projeto colocará à prova um sistema de gerenciamento do espectro que permitirá uso por diferentes usuários simultaneamente

O governo da França autorizou a Ericsson, a Qualcomm e a startup Red Technologies a iniciarem um pilotou de acesso compartilhado a espectro licenciado. O objetivo do teste é analisar a viabilidade, para operadoras, em dividir uma mesma frequência para complementar seus serviços. O espectro compartilhado se situa na faixa entre 2,3 GHz e 2,4 GHz.

O piloto colocará à prova um sistema de gerenciamento do espectro, desenvolvido pela Red. A Ericsson fornecerá as estações radiobase com capacidade de agregação de bandas. Enquanto a Qualcomm vai verificar a compatibilidade com smartphones. O governo local não divulgou a participação de nenhuma operadora na iniciativa.

A banda oferecida pelo governo francês vinha sendo usada pelo Ministério da Defesa do país em operações militares, como a medição da velocidade de mísseis. Se o piloto anunciado for bem sucedidos, o governo local deve vender licenças para o uso compartilhado para as teles em no máximo dois anos.

A demanda por espectro para viabilizar o 5G só cresce, especialmente por parte dos fornecedores. Em março do ano passado, durante a MWC 2015, já estava claro que quanto mais frequências liberadas para o uso, mais eficiente e rápida será a quinta geração de conectividade móvel.

A GSMA, associação que reúne operadoras e fornecedores de todo o mundo, porém, defende que os governos se esforcem para liberar mais espectro exclusivo para operadoras, em vez que concentrar esforços no uso compartilhado. Desde 2013 a entidade ressalta que os benefícios econômicos do compartilhamento são menores quando comparando-se com a oferta, em leilão, de frequências para uso exclusivo – tanto para o estado, ao arrecadar, quanto para as operadoras. O uso compartilha deve ser encarado, defende, apenas como complementar às redes principais, e não como solução definitiva à necessidade por mais banda, ressaltava à época.

No Brasil, o compartilhamento licenciado ainda não é regulado. Para entrar em debate, a Anatel precisa propor um regulamento com definição das faixas de frequência disponíveis para esse fim. O que está na agenda regulatória de 2016.

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Da Redação

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