Futuro secretário de produtividade do Ministério da Economia promete cortar subsídios à indústria
Carlos da Costa, futuro secretário de produtividade do Ministério da Economia do governo de Jair Bolsonaro discursou hoje, 7, durante o evento de final de ano da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Ali, prometeu abrir o mercado brasileiro às empresas estrangeiras, cortar subsídios e elevar a produtividade do trabalhador brasileiro.
“É prioridade do novo governo um aumento da produtividade. O trabalhador brasileiro tem 23% da produtividade média do americano. Fazendo reformas, destravando a atividade produtiva, teremos um futuro brilhante pela frente”, afirmou.
Segundo ele, medidas como redução do papel do governo na economia, através do corte de incentivos e de subsídios, juntamente com aumento da competição vinda de fora, deverão contribuir para elevação da produtividade. “Estamos dispostos a atender a pauta da indústria, desde que a pauta não peça maior gasto, mais subsídios nem mais proteção”, falou.
Para ele, o PIB brasileiro vai crescer 3,5% ano que vem. E, em 2020, graças às reformas prometidas, seria possível alcançar expansão de 5%. “Em cinco anos é possível chegarmos a 30% da produtividade média americana. É fácil chegar neste nível”, afirmou.
Abertura paulatina
Humberto Barbato, diretor executivo da Abinee, disse que, em reunião com Costa, ressaltou a importância de o governo promover uma abertura gradual. “Não podemos incorrer no erro do governo Collor, que de uma vez abriu o mercado e destruiu a indústria local de componentes de informática”, disse a jornalistas.
Segundo ele, a entidade aprova a abertura comercial, desde que antes o governo resolva entraves em infraestrutura, logística e estrutura tributária. “Antes de aumentar a competição, é importante reduzir o ‘custo Brasil'”, avaliou.
Irineu Gouvêa, presidente da Abinee, ressaltou que a abertura deve ser cuidadosa para não facilitar a entrada de produtos de empresas que praticam dumping. “Em segundo lugar, deve-se considerar o preço da mão de obra local na formação dos preços e o custo do imobilizado, que é alto: chegamos a levar 10 anos para pagar. A única coisa que cobramos antes da abertura é que tenhamos mais competitividade”, disse.