Google e Apple vão pagar mais a desenvolvedores de apps
Tanto o Google quanto a Apple avisaram nesta semana que pretendem reduzir a taxa cobrada dos desenvolvedores que publicam apps em suas respectivas lojas de software para dispositivos móveis.
A Apple atualmente fica com uma comissão de 30% das vendas de cada desenvolvedor. Ao site norte-americano The Verge, Phil Schiller, vice-presidente de produtos da empresa, disse que pretende reduzir esse percentual para 15%. Mas não para todo mundo. Apenas desenvolvedores que conseguirem, em modelo de assinatura, manter usuários ativos por mais de um ano. Ele também disse que vai estender o modelo de assinatura para todas as categorias da loja. Atualmente, assinaturas acontecem apenas em alguns serviços de streaming de conteúdo, revistas e jornais.
No Google, a estratégia será mais agressiva. Ao site Re/Code, fontes da empresa não reveladas teriam afirmado que os desenvolvedores com modelo de negócio baseado em assinaturas seriam beneficiados, passando a embolsar 85% do valor cobrado na loja, imediatamente – em vez de após um ano. Essas mesmas fontes teriam dito que o Google já testa o modelo com alguns serviços disponíveis da Play Store. Hoje, a prática também é de entregar 70% do valor aos programadores.
As medidas respondem a uma demanda dos desenvolvedores, que em todo o mundo reclamam da incapacidade de fazer dinheiro com apps. A sustentabilidade dos negócios seria realizada a alguns poucos felizardos, enquanto o programadores de pequeno porte encontram dificuldades em se manter.
Conforme pesquisa da VisionMobile, com desenvolvedores de todo o mundo, 52% deles obtêm receita mensal abaixo de US$ 500. Apenas 18% ganham mais que US$ 25 mil. Quem cria para Android tem resultado menor. Desses 18% que faturam mais de US$ 25 mil, 34% desenvolve para Android, e 43% para Apple, enquanto 11% cria apps para uso no navegador, e o restante, para Windows Phone.
Por outro lado, o repasse maior mostra disposição de Apple e Google em disputar o mercado de marketplace de apps. Segundo dados de relatório divulgado hoje pela empresa de pesquisa App Annie, a Apple tem receita 90% maior que o Google no segmento. E essa diferença cresceu no ano passado, com o sucesso de aplicativos que pedem a fidelidade dos usuários, por meio de assinaturas – como HBO Now, Netflix e Spotify.
Em compensação, o Google tem o sistema operacional mais usado, o Android, presente em mais de 80% dos smartphones no mundo conforme dados da IDC, o que lhe dá fôlego para crescer na disputa. Nem Google, nem Apple, porém, dizem a partir de quando mudarão os contratos.