MEC espera finalizar em agosto diagnóstico para conectividade nas escolas
O Ministério da Educação (MEC) espera finalizar até o final de agosto o diagnóstico da conectividade nas escolas que vai basear a implementação de programas e alocação de recursos. A expectativa foi compartilhada nesta quinta-feira, 4, pela diretora de Articulação e Apoio às Redes de Educação Básica do órgão, Ana Caroline Vilasboas, durante painel no EdTechs e as Escolas Públicas, evento realizado pelo Tele.Síntese.
O diagnóstico está sendo realizado por meio da plataforma para gestão escolar, PDDE Interativo. Os gestores estão preenchendo um guia que detalha questões de infraestrutura e apropriação de tecnologia.
“Temos mais de 20 mil escolas com diagnóstico pronto e nossa perspectiva é de que até o final de agosto a gente consiga finalizar. Até porque ele vai ser muito importante para o projeto piloto que a gente está sendo desenhando junto com o Gape [Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas) para a primeira ação do 5G”, afirma Vilasboas.
Ainda de acordo com a diretora, projetos do Ministério das Comunicações também utilizaram o material. “Em posse desse diagnóstico, todo o planejamento para esse recurso que vem sendo aportado para inovação e tecnologia”.
A previsão é de que só após os levantamentos o MEC divulgue as metas que envolvem o cronograma de conectividade nas escolas.
‘Conectividade significativa’
Paulo Kuester Neto, cientista de dados do NIC.br, também participou do painel do EdTechs, ressaltando estudos que apontam qual é a velocidade ideal para ser implementada para atividades pedagógicas.
“A partir dos referenciais internacionais, a gente define como 1 Mbps por estudante no maior turno. Escolas brasileiras possuem, em média, 118 estudantes no maior turno, o que levaria a uma contratação em torno de 120 Mbps”, afirma.
Os números estão abaixo do previsto como no plano divulgado pelo GAPE, que são:
- 50 Mbps para escolas de 15 a 199 matrículas;
- 100 Mbps para escolas de 200 a 499 matrículas;
- 200 Mbps para escolas com 500 matrículas ou mais.
Levantamento realizado pelo NIC.br, divulgado em junho deste ano, aponta que a velocidade disponível nas escolas por aluno atualmente é de apenas 0,39 Mbps.
“É importante pensar nesse conceito de conectividade significativa quando a gente fala das escolas. É desconstruir essa noção de que basta estar conectado, isso não ajuda a gente a separar essas disparidades de condições de acesso”, disse Kuester.
Segundo Vilasboas, no entanto, as especificações do GAPE são um piso. A intenção é conectar cada escola com o melhor serviço que estiver disponível na área.