Oi usará aumento do capital para investir em fibra e 4,5G
O CFO da Oi, Carlos Brandão, detalhou mais hoje (14) como a operadora pretende investir o dinheiro fruto do novo aumento de capital, a ser realizado até fevereiro de 2019. Ele afirmou que foi realizado um estudo detalhado do país. Foram mapeadas 9,2 mil localidades que já tem ou poderão ter serviços da tele. Para determinar onde a empresa vai alocar capital, buscou-se os pontos em que haja uma relação positiva entre o valor presente líquido e o valor presente do investimento pelos próximos dez anos.
Conforme Brandão, chegou-se a um mapa com 4.090 localidades prioritárias (entre cidades, distritos, povoamentos etc.) que dariam um retorno de R$ 9,1 bilhões pela próxima década, mediante investimentos de R$ 6,7 bilhões em banda larga fixa.
Na telefonia móvel, a empresa elaborou cálculos semelhantes. Identificou 3,5 mil cidades em que poderia entrar ou expandir. Destas, viu pelo retorno provável que 1.160 serão prioritárias. E prevê que terá um retorno de R$ 6,6 bilhões mediante um aporte de R$ 8,8 bilhões.
Também pesaram na escolha dos locais a demanda, a competição e a infraestrutura existentes. Ou seja, onde a Oi já tem alguma vantagem competitiva, será onde fará obrigatoriamente investimentos.
Brandão também explicou que o dinheiro será usado em tecnologias FTTH e FTTC na banda larga fixa, inclusive para implantação de rede em cidades onde já existe competição de grandes players (enquanto o Capex incremental não sai, a companhia expande a FTTH usando o conceito de reúso de infraestrutura a fim de fazer frente ao avanço de ISPs).
Na telefonia móvel, o Capex incremental será usado na aquisição de 4,5G. Esta tecnologia depende da agregação de portadoras, o que virá através da junção de espectro de 2,5GHz e 1,8 GHz, que a operadora vai remanejar (refarming). Parte da estratégia também prevê novos contratos de compartilhamento de rede em todo o país.
O aumento de capital da tele foi estabelecido ainda no plano de recuperação judicial da empresa, aprovado em dezembro de 2017 por credores e homologado no começo do ano pelo TJ-RJ. À época, os executivos contavam com aporte de dinheiro de novos acionistas da ordem de R$ 4 bilhões.