Tecnologias de segurança viram foco dos setores de óleo, gás e mineração

Busca de minimização do risco de falha humana e de acidentes, e a consequente melhora da produtividade surgem como prioridades para estes setores

A busca de minimização do risco de falha humana e de acidentes, e a consequente melhora da produtividade a partir disso, está no foco dos setores de mineração, óleo e gás. Representantes das três áreas participaram na manhã desta segunda, 29, do evento IoT e as Redes Privativas, promovido pelo Tele.Síntese.

“Com caminhões autônomos, como você opera sem parar nenhum, há maximização do resultado e um aumento de produtividade em 15%. Isso porque não há parada para almoço ou ida ao banheiro”, disse Marcos Costa, Diretor Comercial da Divisão de Mineração da Komatsu Brasil.

“Além disso, o custo de carregamento e transporte é reduzido em até 15%. E também reduz o impacto ambiental, porque economiza combustível. Com o fator humano, o condutor acelera tudo, achando que tem que tirar o máximo do equipamento. Com gestão de tráfego, ele consome menos”, continuou.

A Komatsu tem um projeto com a Nokia. O primeiro teste com um um caminhão autônomo aconteceu em 1998, contou Marcos Costa.

Sem acidentes

“Hoje temos 400 caminhões rodando em minas do mundo todo de forma autônoma. A segurança aumenta muito. Reduz a exposição dos colaboradores. Apesar do avanço dos equipamentos, o operador humano ainda sofre muito”, falou o executivo.

“E é um mercado que cresce rápido. São 4 bilhões de toneladas com equipamentos autônomos. E nunca tivemos um acidente.”

Alberto Rodrigues, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Nokia, contou que um projeto da empresa na Austrália, com LTE privado, rendeu 75 horas de produtividade a mais por mina, no ano.

“Isso significa 50 milhões de dólares a mais por ano, com a mudança de tecnologia. Se antes a mineradora utilizava 150 trailers, depois passou para 6. Uma economia de 10 milhões de dólares só na parte operacional”, falou Rodrigues.

Sobre a segurança do fator humano, o executivo da Nokia disse que um projeto da empresa com a Codelco, do Chile, funciona com câmeras de monitoramento dos veículos. “A mina fica a quilômetros de distância do centro de operações”.

Outro exemplo de investimento em segurança está em um projeto para minas subterrâneas na Colômbia. “Ali entra a questão de conectividade dos trabalhadores. Você precisa saber onde eles estão, sempre. Imagina um caso de desabamento. É necessário saber a localização de cada um.”

A Nokia tem 380 projetos no mundo, em vários segmentos. e mais de 60 minas no mundo operam com sua tecnologia, de acordo com Rodrigues.

“Fechamos com a Vale a primeira rede privativa da Indonésia em mineração. No Chile, temos 100% de rede no setor de mineração, mais projetos no Peru e na Colômbia, seja automação de caminhões, de perfuradoras, parte de controle remoto de tratores, parte de IoT”, falou o diretor da Nokia.

“A Vale controla barragens com câmeras térmicas, por exemplo. E já podemos pensar em outras aplicações, como drones.”

Desafios

Segundo Melissa Fernandez, Gerente de Tecnologia e Inovação do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), os setores que a instituição representa também têm dado especial atenção à segurança operacional.

“Isso está entre os desafios da indústria de óleo e gás, e esses desafios vão do entendimento do uso [do equipamento] à capacitação de pessoal. Mas tudo depende da capacidade de investimento no setor, e há necessidade de investimento muito grande em tecnologia digital”, disse Fernandez.

Ela lembrou que existe uma cláusula de investimento, para as empresas do setor, que obriga investir e usar esses recursos para melhorar e desenvolver novas tecnologias.

“Só no primeiro trimestre de 2020 foram investidos 0,67 bilhão de reais em desenvolvimento”, contou.

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José Norberto Flesch

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