Teles da América Latina já foram alvo de 3,1 bilhões ataques cibernéticos em 2023
As operadoras de telecomunicações receberam 3,1 bilhões de ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2023 na América Latina. Os dados são de levantamento realizado pela Fortinet, multinacional especializada em segurança, divulgado na conferência Fast&Secure, no Panamá, nesta terça-feira, 5.
Neste ano, os ataques cibernéticos entre as teles passaram de 400 milhões em um único mês. No cenário global, a América Latina representa 27% dos incidentes.
Os ataques incluem violações a partir do download em emails (16.9 milhões dos casos), arquivos em nuvem (3.4 milhões) e a mineração de criptomoedas (205 mil).
Arturo Torres, estrategista de inteligência do FortiGuard Lab, afirma que uma das vulnerabilidades mais comuns em dispositivos móveis é a instalação de apps. “Na loja de aplicativos do Android, por exemplo, há aplicativos fraudulentos, que tentam se passar por bancos, por exemplo. A vítima coloca suas credenciais bancárias e os dados são violados”, afirmou.
Brasil no ranking
No relatório que engloba todos os tipos de ataques cibernéticos, para além das teles, a região da América Latina e Caribe aparece com 63 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2023. O Brasil lidera o ranking regional, com 23 bilhões de ataques, seguido do México (14 bilhões), Venezuela (10 bilhões), Colômbia (5 bilhões) e Chile (4 bilhões).
Questionado sobre o que pode influenciar o resultado, Arturo Torres, explica que a pesquisa tem como base os sensores da empresa nos países e sua dimensão.
“Tanto o Brasil quanto o México são países que têm um maior número de dispositivos conectados. Temos uma massa instalada maior e, obviamente, isso significa que podemos coletar mais informações. Então, quanto maior for o país e quanto mais sensores tivermos, poderemos ter mais informações”.
De acordo com o especialista, a predominância do acesso ã internet pelo celular também impacta nos números. “Em dispositivos móveis, por exemplo, encontramos mais vulnerabilidades, Há mais acesso remoto, ou seja, os invasores veem dispositivos móveis em uma rede e têm uma maneira de controlá-los”, detalha.
Repórter enviada ao Panamá, a convite da Fortinet.