Vídeo representará 81% do tráfego de internet móvel no Brasil em 2022, prevê Cisco
Estudo da fabricante de equipamentos de rede Cisco publicado hoje, 19, indica que o consumo de vídeo em dispositivos móveis não vai parar de crescer pelos próximos anos. A projeção da empresa é que esse tipo de conteúdo passe de 61% do tráfego em 2017 para 81% do tráfego móvel de dados no ano de 2022.
A informação consta do Visual Networking Index (VNI). O relatório que traça tendências de consumo em redes de telecomunicações.
O crescimento do consumo de vídeo é uma tendência mundial que não vai se dissipar no horizonte próximo, indica o material. Ele será responsável pela evolução do tráfego de dados móveis, que vai atingir 77 exabytes ao mês no mundo.
No Brasil, o volume de tráfego de dados móveis vai aumentar seis vezes de 2017 até 2022 e representará 21% de todo o tráfego de dados nas redes (móveis ou fixas) locais. Em 2017, representava 7%. Significa, conforme a Cisco, que a expansão móvel será 3,4x mais rápida que a fixa.
O relatório traz outros dados sobre a provável evolução das redes móveis no período. Diz que a velocidade média da banda larga móvel vai aumentar, passando dos 5,7 Mbps em 2017 para 19,7 Mbps em 2022. A quantidade de brasileiros conectados à internet por meio do celular vai crescer de 167 milhões para 177 milhões. E o número de dispositivos de internet das coisas passará de 254 milhões para 329 milhões.
Smartphone é rei
O VNI também analisou dados de uso da internet móvel em todo o mundo para identificar tendências globais. E detectou que o smartphone vai permanecer como principal dispositivo para acesso à internet. Mais da metade das conexões existentes em 2022 serão feitas através dos celulares inteligentes (54%).
Haverá forte expansão em outras frentes. O M2M, que representava 11% dos aparelhos conectados às redes móveis em 2017, serão 31% em 2022.
Em termos de consumo de dados, o smartphone, que foi responsável pelo consumo, em média, de 2,3 GB ao mês em 2017, vai demandar 10,7 GB ao mês em 2022.
Redes
Em 2017, globalmente, as redes Low-Power, Wide-area (LPWA), usadas para conectar objetos, responderam por 1,5% das conexões em dispositivos móveis/M2M; o 2G representou 34% das conexões em dispositivos móveis/M2M; o 3G foi responsável por 30% das conexões em dispositivos móveis/M2M; e o 4G, por 35% das conexões em dispositivos móveis/M2M.
Até 2022, globalmente, as redes LPWA responderão por 14% das conexões em dispositivos móveis/M2M; o 2G, em franco declínio, representará 8% das conexões em dispositivos móveis/M2M; o 3G será responsável por 20% das conexões em dispositivos móveis/M2M; o 4G, por 54% das conexões em dispositivos móveis/M2M).
A projeção para o Brasil é que em 2022, a redes LPWA responderão por 6,9% da conexões móveis; 2G por 7%; 3G por 16,3%; 4G por 68% e 5G por 1,2% das conexões móveis.
Em 2022, as conexões 5G representarão mais de 3% de todas as conexões móveis (mais de 422 de milhões dispositivos e conexões M2M em 5G no mundo) e responderão por quase 12% do tráfego móvel global de dados. A conexão 5G média (22 GB/mês) irá gerar cerca de três vezes mais tráfego do que a conexão 4G média (8 GB/mes). No Brasil, haverá 4 milhões de conexões 5G em 2022 respondendo por 4,8% do tráfego móvel.
Offload WiFi
O VNI também aponta que ao WiFi seguirá como importante ferramenta para offload da rede móvel. Em 2017, 54% do tráfego móvel total de dados foi por offload; em 2022, 59% do tráfego móvel total de dados será por offload. No Brasil o tráfego offload representará 51% da rede móvel em 2022 (em 2017 eram 49%).
Há, porém, tendência de forte retração das conexões fixas de banda larga. Em 2017 o tráfego IP total global em era dividido em: 48% com fio, 43% Wi-Fi, 9% móvel. Para 2022, a previsão é que passe a 29% com fio, 51% WiFi, 20% móvel.
Globalmente, o total de hotspots de Wi-Fi (incluindo residenciais) quadruplicará entre 2017 (124 milhões) e 2022 (549 milhões). O crescimento no Brasil será de 9 vezes – de 2 milhões em 2017 para 18 milhões em 2022.