Adiamento revela interesse da Highline em lote nacional de 3,5 GHz
O adiamento da reunião extraordinária da Anatel para debater o leilão do 5G – desta sexta para a próxima, segunda-feira, 13 – trouxe à tona interesses de dois potenciais compradores de frequências no certame. De um lado, a Brisanet, e de outro, a Highline.
Não é segredo que a Brisanet, hoje maior operadora do Nordeste, capitalizada após um bem-sucedido IPO, tem interesse em comprar frequências para entrar no segmento móvel com ofertas de baixo custo. O CEO da companhia, José Roberto Nogueira, já afirmou e reafirmou seus planos.
A Highline, por sua vez, esperava a definição das regras finais do edital. Estudava participar do leilão indiretamente, oferecendo formas de capitalizar a construção de infraestrutura para entrantes, e iria disputar lotes diretamente “a depender das regras finais”.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a empresa tem interesse em adquirir espectro em 3,5 GHz para ativar sinal celular no interior do país. O Tele.Síntese apurou que há intenção de competir pelo quarto lote nacional de 3,5 GHz, uma vez que uma abordagem desejada é a oferta da redes para empresas interessadas em se tornarem operadoras móveis virtuais.
Os modelos de negócio de Brisanet e Highline são convergentes. A Highline quer aproveitar a possível inversão do cronograma de ativação do 5G, proposta pelo TCU, para ativar a rede em cidades menores, muitas inclusive atendidas pela Brisanet, o mais cedo possível. A estratégia levou a operadora do Nordeste de fato a manifestar preocupações aos conselheiros.
Mas interlocutores ouvidos pelo Tele.Síntese descartam que esse tenha sido o motivo para o cancelamento da reunião de hoje. Isso porquê, para fins de regramento da disputa, a Brisanet demonstrou interesse em lotes regionais e teria, portanto, compromissos a atender em cidades com menos de 30 mil habitantes. Enquanto os compromissos da Highline recaem nas cidades com população maior.