Aporte do FSA em empresas depende de novo Comitê Gestor da Ancine
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) estuda mudanças na destinação dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) com a finalidade de elevar o empreendedorismo no setor. A diretriz foi traçada ainda em 2018 por Christian de Castro, diretor-presidente da autarquia.
A agência busca novas formas de destinação dos recursos do FSA a fim de reduzir os custos com aprovação de destinação de verbas aos projetos audiovisuais. Segundo João Pinho, secretário executivo da Ancine, há estudos que apontam para modelos inspirados no Fip Criatec do BNDES. Este tipo de fundo é destinado a micro, pequenas e médias empresas. No caso da Ancine, o foco recairia sobre produtoras e programadoras.
“Já foram identificados gargalos de escoamento no modelo tradicional. Então o Comitê Gestor começou a identificar novas formas de investir os recursos do FSA: em capacitação, jogos eletrônicos, inovação tecnológica, dar mais recursos como crédito e menos como investimento. Identificou-se também a necessidade de fazer o empresariado do setor ficar mais forte. Em alguns casos, diminuir o investimento no modelo projeto a projeto, e inserir uma lógica de investimento em empresas”, explica. Ele participou hoje do Pay TV Fórum, evento sobre TV por assinatura que acontece em São Paulo.
A decisão sobre como o dinheiro do FSA poderá ser empregado depende do aval do Comitê Gestor da Ancine. O fundo tem, para este ano, dotação de R$ 724 milhões. O Comitê ainda não foi reconstituído pelo governo de Jair Bolsonaro e ainda não se reuniu este ano. Sua formação depende das indicações de seis integrantes do governo, vindos de diferentes ministérios, além de contar com a diretoria da Ancine. O comitê é formado por 9 pessoas, sendo três da sociedade civil.