Blackberry recupera US$ 815 mi que pagou a mais para a Qualcomm
Um acordo firmado entre a Blackberry e a Qualcomm, tornado público esta semana, permitiu que a fabricante canadense recuperasse US$ 815 milhões que pagou a mais em royalties pelo uso dos chips da Qualcomm entre 2010 e 2015 em seus smartphones. E isso aconteceu quando as vendas dos celulares Blackberry enfrentavam uma curva acelerada de queda, que levou a fabricante a abandonar o mercado de smartphones. O acordo provocou uma queda de 3% nas ações da Qualcomm.
Depois de dominar o segmento corporativo de mercado celulares, a Blackberry anunciou, em setembro do ano passado, sua saída desse mercado. E passou a se dedicar ao desenvolvimento de software e produtos de segurança para smartphones. Mas a marca Blackberry de celulares não morreu. A empresa licenciou-a para a TCL, mesma fabricante dos celulares Alcatel, que lançou na edição 2017 do Mobile World Congress o KEYone, que diz ser o telefone Blackberry mais seguro já criado. O aparelho usa software de segurança e privacidade desenvolvido pela BlackBerry Limited, a empresa restante após o fechamento da divisão de fabrico de devices.
Apesar das disputas judiciais, as duas companhias, por meio de seus porta vozes, disseram que continuarão a trabalhar em parceria. Segundo John Chen, CEO da Blackberry, “[as duas empresas} tem uma longa relação e continuarão a valorizar a parceria tecnológica.” Chen, desde que assumiu o posto, vem lutando para garantir a sobrevivência da Blackberrry. Conseguiu reduzir suas perdas e restaurar o caixa.
História de disputas
A Qualcomm é conhecida internacionalmente por defender com unhas e dentes os royalties das patentes de seus chips e nunca hesitou em recorrer à Justiça contra quem quer que seja, mesmo seus maiores clientes.
No momento, está lutando contra a Apple nas cortes dos Estados Unidos, do Reino Unido, da China e do Japão. A fabricante do iPhone a acusa de cobrar sobrepreço sobre a propriedade intelectual dos chips, o mesmo que ocorreu na disputa com a Blackberry.
Por esse tipo de prática, já teve que pagar multa às autoridades anti-truste da Coreia do Sul no ano passado e enfrenta acusação de prática anticompetitiva na Comissão Federal de Comércio dos EUA. (Com noticiário internacional)