Brasil fica estagnado em adoção de TICs
A adoção de tecnologias da informação e de comunicação (TICs) no país ficou estagnada no último ano, conforme o relatório Global Connectivity Index 2018.
O levantamento, elaborado pela Huawei, mede aspectos de uso de banda larga, data centers, nuvem, big data e IoT em 79 países. O GCI atribui pontuações conforme o nível de uso das tecnologias. O Brasil obteve a mesma nota em adesão de banda larga, data centers, big data e IoT que em 2017. Houve mudança apenas na penetração de serviços em nuvem (Cloud).
No aspecto geral, o Brasil tirou nota 43 no índice, que vai até 100. Mesma nota da edição anterior. Com isso, ficou na 44ª posição dos países mais digitalizados neste ano. A colocação, no entanto, não pode ser comparada à de 2017, quando ficou em 30º, uma vez que neste ano a Huawei analisou dados de 79 países, e no ano passado, de 50.
Os líderes mundiais no GCI continuam os mesmos: Estados Unidos, Singapura, Suécia, Suíça e Reino Unido. Na América Latina, apenas o Chile obteve melhor colocação (33º) no ranking. México (48º), Uruguai (49º), Colômbia (54º), Argentina (55º), Peru (56º), Venezuela (62º), Equador (67º), Paraguai (73º) e Bolívia (76º) são os outros países da região analisados.
Melhora depende de mais infraestrutura
Segundo o relatório, há no entanto pontos de evolução nos últimos dois anos. O principal diz respeito às redes móveis. O uso do 4G se multiplicou, assim como a cobertura de áreas com essa tecnologia. Também aumentaram investimentos em big data e computação em nuvem.
A Huawei estima que há mercados com grande potencial de desenvolvimento nos próximos anos. A empresa acredita que FTTH continuará a se expandir, assim como redes 4G. Esse desenvolvimento acontecerá na esteira do aumento da demanda por aplicações que usam big data e desejo de maior conectividade à internet por parte da população.
Neste sentido, o relatório defende a continuidade do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). A política pública deve ser usada, defende, para elevar a média da velocidade do acesso à internet no país. Atualmente, segundo o relatório, a velocidade é de 0,55 Mbps.
“Este cenário é um resultado direto da fala de infraestrutura para provedores de internet nas regiões mais distante e menos povoadas do país, além do alto preço médio para planos de banda larga, que não são acessíveis para a maioria dos cidadãos”, afirma o estudo.
O GCI também indica pontos de preocupação, que o país precisa desenvolver. Em especial, mais investimentos em pesquisa, capacitação da força de trabalho em TI, desenvolvimento de software. Mas a maior carência, e com maior potencial de trazer oportunidades para o país, fica por conta do desenvolvimento de patentes em TICs.