Para Suárez, da Cisco, telefonia IP corporativa já não precisa mais de servidores
Cancún, México * – A nuvem é o caminho das operadoras de telecomunicações para reduzir custos das empresas e dos demais clientes corporativos. Por meio de parcerias com as teles, a Cisco da América Latina começou a ampliar no Brasil a oferta de telefonia móvel e fixa, segurança e colaboração na nuvem.
A ordem do dia é consolidar parcerias no continente, afirmou, em entrevista ao Tele.Síntese, o colombiano Pedro Suárez, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Cisco para a América Latina.
“Nós estamos chegando ao Brasil, a partir de agora, com a tecnologia da telefonia na nuvem. Telefonia empresarial na nuvem. Telefonia por IP que não precisa nem de um servidor na empresa. Você liga um aparelho à internet e vai direto para a nuvem da Cisco. Telefone fixo, IP e Smartphone”, afirmou
Segundo o executivo, há grandes vantagens alcançadas pelos clientes com a adoção da telefonia fixa e móvel por IP usando o mesmo aparelho de celular ou telefone fixo. E, garante, não haverá competição com as operadoras. Estas serão as parceiras.
Tele.Síntese – Como estão as parcerias da Cisco com grandes operadoras e pequenos e médios provedores de internet no Brasil e no continente?
Pedro Suárez – Para a Cisco, o canal para chegar ao cliente final é sempre via parcerias. Não fazemos contato direto. É sempre por meio do parceiro. A operadora, para a Cisco, é um parceiro muito efetivo para chegar ao mercado. E temos parcerias com operadoras no Brasil.
O que acontece é que as operadoras oferecem serviços como a banda larga como produto básico e depois complementam como pacote de serviços como valor agregado, adicional, para o cliente. Por exemplo, adicionando WiFi de nova geração, telefonia IP, que é muito mais barata e mais fácil de instalar e tem manutenção mais simples. E uma outra solução que nós oferecemos por meio dessas parcerias é a segurança, o que é muito importante para vendermos tecnologia de redes, sistema de data center, servidores físicos e virtuais, tecnologia de colaboração por telefonia, videoconferência web. E, em cima de tudo isso, oferecemos segurança. Todos esses serviços nós conseguimos fornecer, junto com a operadora, para o cliente final. Ele já tem o cliente com contrato de serviço para conectividade básica, e conseguem adicionar serviços.
Por que a Cisco chega ao cliente final através das operadoras?
Suárez – É muito importante para nós, porque a operadora dá uma chegada muito forte e ampla ao mercado. Ela tem milhões de clientes. Então, nós trabalhamos muito com eles para fornecer tecnologias adequadas aos seus clientes. Trabalhamos com eles no cotidiano, de forma contínua, para homologar. Ou seja, as tecnologias que nós fornecemos eles testam, aprovam e oferecem para o cliente final. Então, aí, essa tecnologia fica aprovada e esse se torna um processo fácil de oferecer o serviço para o cliente. O cliente que mais vai receber o benefício dessa tecnologia é a PME. Então, existem duas coisas que tem mudado nos últimos 5 a 10 anos. Uma delas é que as tecnologias que nós fornecemos agora são consumíveis desde a nuvem. Então, o cliente não precisa instalar tantos sistemas como no passado. A quantidade de hardware que precisa ser instalada foi reduzida em 90%, porque ela está concentrada nas nuvens da Cisco ou desses parceiros. Então, o cliente só faz a assinatura do software e o aparelho final, como o telefone.
Ele não precisa ter um data center?
Suárez – Não precisa. E isso tem um benefício adicional para o cliente que é o investimento mais baixo, porque ele só precisa pagar pelo que usa. E isso, para nós, é um facilitador para chegar mais fácil à PME. Agora, no caso dos parceiros, das operadoras pequenas, nós temos tecnologias que eles podem utilizar para os seus negócios, que são habilitações que precisam de conectividade. Eles precisam de segurança, data center, colaboração.
O senhor lida com novos produtos?
Suárez – Eu lidero novos mercados com todos os produtos da Cisco. Nós estamos chegando ao Brasil, hoje, a partir de agora, com a tecnologia da telefonia na nuvem. Telefonia empresarial na nuvem. Telefonia por IP que não precisa nem de um servidor na empresa. Você liga um aparelho à internet e vai direto para a nuvem da Cisco. Telefone fixo, IP e Smartphone.
Estamos também lançando um software novo para as pequenas e médias empresas, para que façam todo o gerenciamento das redes da Cisco que lhes servem. É uma nova tecnologia Find I.T. Você conseguir encontrar tudo da sua rede na sua tela. Fazer todo o gerenciamento das conexões, um erro na rede, o desempenho da tela só a partir da tela. Temos ainda o webex calling [para grupos] e o webex meeting [conferência web via vídeo].
A telefonia em nuvem não concorre com a telefonia das operadoras?
Suárez – Não, porque quem vende as tecnologias são operadoras. Damos as licenças para revenderem. A telefonia IP foi a primeira tecnologia oferecida no ramo empresarial. Mas, até há um tempo, essa tecnologia ficou nos servidores e data centers dos clientes. E agora vamos deixar nos servidores da Cisco na nuvem. Nós temos também o formato de reuniões, com conferência e videoconferência. Hoje, você já não precisa comprar uma tecnologia de ponta para uma videoconferência. Você consegue fazer videoconferência desde uma tela de vídeo ou desde uma conta ligada direta à tecnologia da Cisco na internet. Não precisa instalar nada na sua empresa. Só o serviço. Mas quem vende o serviço são os nosso parceiros. Então, a operadora consegue empacotar nossos serviços como serviços dela, internet com conectividade, reuniões virtuais… Funcionam como parceiras nossas.
As quatro operadoras do Brasil já estão com esses serviços?
Suárez – Sim, com todas elas, nós já temos alguma coisa. Estamos estamos em processo de lançar esse serviço novo para todos.
Hoje, qual é a diferença de custo com a tecnologia na nuvem?
Suárez – O que eu posso falar é que o custo é menor. O aparelho é o mesmo. Você consegue reduzir os custos de instalação, manutenção, operação, não precisa de hardware. É uma redução de quase 70% da tecnologia. E aí você paga uma licença pelo produto.
Operar serviços digitais na nuvem requer uma mudança cultural?
Suarez – Não, porque é simples. É uma mudança importante e interessante. E também o cliente pode decidir e controlar a própria nuvem. Ter a própria nuvem. Também fornecemos essa nuvem privada. Os clientes também demandam isso. A gente entrega a tecnologia e eles administram. Mas é só para grandes corporações.
* Jornalista viajou a convite da Cisco