Presidente dos Correios diz que estatal não visa grandes lucros

General aponta que a empresa pública deve ser autossustentável e superar problemas como o rombo no fundo de pensão.
General Juarez Aparecido Cunha: Justiça vai decidir o caso do Postalis / Ascom Correios

O presidente dos Correios, general Juarez Aparecido Cunha, disse hoje, 31, desconhecer se, em caso de privatização da estatal, as empresas privadas terão interesse em assumir serviços como o Balcão do Cidadão, lançado nesta sexta-feira para oferecer produtos de órgãos públicos a preços reduzidos em municípios distantes.

“Não sei se terão interesse”, afirmou ao Tele.Síntese, ao ser questionado se esses serviços pouco rentáveis poderiam atrair o interesse do setor privado, em caso de privatização da estatal, como quer o presidente Jair Bolsonaro. Segundo o executivo, serviços públicos como os do INSS, vão girar em torno de R$ 8 a R$ 20.

“A empresa [os Correios] não visa grandes lucros”, acrescentou Cunha. “Tem que ser autossustentável. No ano passado, tivemos lucro, pequeno, mas é o que nos interessa. Estamos em um processo de crescimento bastante interessante”.

O Balcão do Cidadão lançado hoje marca a ampliação de serviços prestados nas agências dos Correios, que estão instaladas em todos os 5.570 municípios brasileiros. Em muitos deles, como foi destacado durante o evento, os Correios são o único órgão federal presente.

O general declarou que as contas dos Correios estão equilibradas. Prejuízos de R$ 4 bilhões registrados em 2015 e 2016, causados por desvios no Postalis, fundo de pensão dos empregados da estatal, serão equacionados com aval judicial.

“Esse prejuízo de R$ 4 bilhões faz parte de coisas que ainda serão decididas. No caso do Postalis, os Correios poderão estender isso aí [o pagamento dos desvios] por 30 anos. A Justiça é que vai decidir”, falou.

Readequação

Segundo os Correios, não têm a ver com o projeto de privatização da estatal, como acusam entidades sindicais, as medidas adotadas para o fechamento de 161 agências e PDV, programa de demissão voluntária, para 7.300 empregados até 5 de julho.

Os Correios estão trabalhando para otimizar seus recursos com foco na melhoria do atendimento aos cidadãos, visando se manterem competitivos, modernos e sustentáveis. As agências que terão suas atividades migradas, em sua maioria, ocupam imóveis alugados, estão sombreadas por outras próximas e são deficitárias. Os empregados dessas agências serão transferidos para outras agências ou poderão optar pelo reenquadramento de atividade”, informou a assessoria.

 

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Abnor Gondim

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