Pulse, da Raízen, e Wayra, da Telefônica, terão chamada conjunta para agritechs
Deverá ser divulgada nas próximas semanas a chamada pública para projetos de IoT (Internet das Coisas) em agronegócios que será feita de forma conjunta pelo Pulse, hub de inovação da produtora de bionergia Raízen, e pela Wayra, a aceleradora do grupo Telefônica. Esse é mais um desdobramento do acordo que já vigora entre as duas empresas, mais Ericsson e EsalqTech, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, para a realização de um piloto de IoT na faixa de 450 MHz em Piracicaba. Na semana passada a Ericsson ligou uma das duas torres previstas no projeto e se surpreendeu com o alcance da conectividade.
O projeto prevê a instalação de duas torres, uma próxima da sede da Raízen, na cidade paulista, e outra na Usina Costa Pinto, de propriedade da Raízen, na área rural. Segundo Paulo Bernardocki, diretor de produtos e tecnologia da Ericsson, a primeira torre ativada foi a da cidade, está em uma área relativamente baixa. “Mas o sinal praticamente chegou a Rio Claro, uma distância de cerca de 15 quilômetros”, disse o executivo.
De acordo com Bernardocki, com a segunda torre será possível ter uma visão mais realista dos níveis de cobertura alcançados. Mas ele prevê que o alcance total do projeto fique próximo a 50 quilômetros.
Para Antonio Cesar Santos, especialista em Gestão de Inovação da Telefônica Vivo, a open innovation é uma das bases desse projeto. Esse é um dos motivos pelo qual Pulse e Wayra farão nova chamada pública com o foco nos projetos de IoT aplicado a agronegócio. A EsalqTech continuará atuando como a gestora do ecossistema de soluções para pesquisa científica e voltada para a busca de soluções entre as startups incubadas no hub da Esalq.
Santos já prevê a evolução do piloto com o lançamento futuro de serviços pela Vivo para o mercado agro. Segundo o executivo, tanto IoT, com seu poder de movimentar muito dinheiro nos próximos anos, quanto o agronegócios, uma das maiores forças na economia brasileira, são grande incentivo para o desenvolvimento de soluções nessa área. E que devem incluir, no futuro, o uso de Big Data.
O consultor, ex-deputado e ex-presidente da Telebras, Jorge Bittar, lembrou que o uso da faixa de 450 MHz para cobertura da área rural era uma exigência nos leilões de frequências de 4G, mas essa obrigação nunca foi cumprida. “Somente agora com a possibilidade do uso de IoT em países continentais, como China, tornou esse mercado mais atrativo e com escala”, ressaltou.
Por meio de sua consultoria, Bittar também participa de projeto para levar soluções IoT em áreas rurais. Ele está ao lado do CpqD e da Trópico para promover conectividade e plataforma na maior planície agriculturável, na área de grãos, na cidade de Campo Grande do Parecis, no Mato Grosso. E os desafios não são pequenos. “Não há acesso à Internet nem na sede do município”, comentou.
Os três executivos participaram hoje da Agrotic Cana de Açúcar, promovido pela Momento Editorial em Ribeirão Preto, com patrocínio de Vivo e do BNDES.