Highline não visa consórcio com ISPs no leilão 5G, mas oferta para MVNOs
A operadora de infraestrutura Highline nega que esteja se articulando para participar do leilão do 5G como integrante de um consórcio com mais de 250 provedores de banda larga.
Luiz Minoru, diretor de Estratégia e Novos Negócios da empresa, explicou hoje, 25, em live do Tele.Síntese, que a estratégia é competir por espectro a fim de oferecer seu uso de maneira neutra no mercado móvel. Dessa forma, tanto ISPs, quanto operadoras que já estão no mercado celular, poderão contratar o serviço.
“É importante esclarecer que a Highline não visa fazer consórcio com os ISPs. A Highline quer ser independente e fornecer infraestrutura para todos, pequenos ou grandes empresas. Não existe essa condição de estar entrando em consórcio com alguém”, afirmou.
MVNOs
O executivo contou que a participação no leilão ainda depende da divulgação definitiva do edital final – atualmente as regras do certame passam por avaliação no TCU, que poderá recomendar alterações à Anatel. Confirmadas as regras, a empresa pretende ou comprar espectro, ou se colocar à disposição dos compradores para investir em infraestrutura por eles.
“Vemos com bons olhos a possibilidade de competir por espectro. Ter o site, o espectro, e oferecer para múltiplos operadores poderem usar. Eu vou manter o site ativo, e se cair, tiver vandalismo, eu vou recuperar. Meu trabalho, manter a rede ativa para todos”, avisou. Ponderou, porém, que para isso acontecer, é preciso antes fechar contratos de compromisso com clientes dessa rede móvel.
A ideia é permitir que os interessados na frequência se tornem operadores móveis virtuais a partir da rede móvel neutra construída pela Highline. “Nosso interesse não é comercializar espectro. Nós seriamos o provedor, e eles seriam MVNOs, uma vez que os compromissos do edital podem ser atendidos por terceiros”, ressaltou.
Dinheiro, há
Ele disse ainda que, mesmo sem participar diretamente do leilão, o grupo está capitalizado e pode ser um instrumento para a expansão da infraestrutura mediante acordos e parcerias.
“Os ISPs não querem um sócio como a gente. Querem um provedor de serviço de infraestrutura. Adquirindo espectro, vai haver obrigação de construir rede. Quem for no leilão e fizer a aquisição, pode usar a Highline como alternativa. Estamos capitalizados e com interesse em prover a parte passiva e os eletrônicos da rede”, afirmou.
Por fim, Minoru lembrou que os compromissos de cobertura do edital do 5G são pesados, e a modelagem baseada em parceria e compartilhamento de infraestrutura terá o condão de acelerar a expansão das redes e reduzir a pressão sobre os custos das operadoras, permitindo que foquem em serviços inovadores.
“A gente vai passar com o 5G a uma era onde o serviço de conectividade será embutido em outros. O carro vai ter conectividade, aplicativos de fintechs, de educação, realidade virtual terão o custo de conectividade embutidos. E isso tudo fará com que a demanda por dados exploda”, concluiu.