Potência das erbs de 5G precisa seguir padrão internacional, defende Telefônica

A operadora alega que as especificações técnicas propostas pela Anatel vão encarecer os equipamentos e, no final, o preço para os usuários. Abinee, Ericsson e Nokia também pedem a manutenção dos padrões internacionais
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A Telefônica sugere que a Anatel resgate os padrões internacionais de potência para os equipamentos de 5G a serem implantados no país, e pede alterações na proposta de requisitos técnicos de irradiação lançados a consulta pública pela Anatel, cujo prazo de contribuições se encerrou essa semana.

Segundo a empresa, a Anatel estabeleceu padrões de potência bem menores aos usados nos demais países com o objetivo de minimizar a interferência dessa tecnologia em 3,5 GHz nas TVROs (TV aberta por parabólica), que ocupam o espectro adjacente da Banda C.

Para a Telefônica, “a utilização de requisitos distintos” aos estabelecidos nas especificações técnicas do 3GPP (grupo que define os padrões para o desenvolvimento da tecnologia celular) tende a aumentar sensivelmente os custos dos equipamentos, porque teriam que ser fabricados especialmente e apenas para o mercado brasileiro, para atender às especificações da agência. “Tal cenário implicaria, portanto, em prejuízos às prestadoras de serviços de telecomunicações e, em última instância, ao consumidor final”, alega a empresa em resposta à consulta pública.  

A operadora argumenta  que as interferências do IMT sobre as TVROs poderão, na maioria dos casos, ser resolvidas com a instalação de LNBFs melhorados (são uma  das partes que compõe a antena, localizados na ponta da haste que fica bem ao centro das antenas), solução que já teria sido confirmada pelos testes de interferência realizados.

Abinee, Ericsson e Nokia

A Abinee, que reúne a indústria aqui instalada, e as empresas Ericsson e Nokia também pediram mudanças às especificações técnicas dos equipamentos propostas pela Anatel. Para esse segmento, a adoção dos padrões internacionais , “assegura economias de escala e mais rápida adoção da tecnologia 5G no país”.

A Abinee observa ainda que a iniciativa da Anatel de estabelecer indicadores de potência mais rígidos para a parte inferior da frequência – abaixo de 3.300 MHz- seria para proteger os radares de uso militar. Mas a entidade observa que os equipamentos de 5G nessa frequência estarão instalados, em sua maioria, em locais densamente urbanos, o que não afetaria esses radares.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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