Sinfonia de dados pela vida

Plataforma Orchestra da Carenet faz a integração de dados e interoperabilidade dentro das UTIs, reduzindo infecção cruzada e diminuindo custos
Fernando Paiva, vice-presidente da Carenet

[infobox title=’Carenet’]3º Lugar

Categoria Fornecedores de Soluções IoT

Produto inovador: Plataforma Orchestra[/infobox]

Por José Norberto Flesch

[O Tele.Síntese publica ao longo das próximas semanas as reportagens publicadas no Anuário Tele.Síntese de Inovação 2020, editado no final do ano passado e que pode ser baixado na íntegra e gratuitamente aqui]

Não é à toa que o nome do produto que a Carenet coloca no mercado é Plataforma Orchestra. Como um maestro, o  aplicativo comanda uma orquestra de dados coletados em UTI e os coordena de forma harmônica e com perfeita sintonia. Em plena pandemia, a empresa paulista de tecnologia se destaca com um produto que interliga funções e equipamentos hospitalares, facilitando o atendimento.

A plataforma foi desenvolvida antes da pandemia, no final de 2018 / início de 2019, conta Fernando Paiva, vice-presidente da Carenet. “Investimos R$ 1,5 milhão somente na tecnologia, porém, a empresa recebeu um fundo de R$ 4 milhões da venture capital KPTL.” Segundo ele, na pandemia, teve uma escalabilidade maior e uma ascensão porque ela resolvia um problema que era crônico no ambiente das UTIs, a falta de automatização dos dados do beira leito em relação à transmissão desses dados para o prontuário eletrônico.

A leitura manual pode levar a erro e ineficiência operacional, e pode causar fadiga e a síndrome de burnout nos funcionários, destaca Paiva. Há também outros aspectos assistenciais com desfecho clínico com margens de equívoco e de margens de interpretação desconexas por receberem algum dado alterado, aponta o executivo da  Carenet. Esse é um dos problemas que a plataforma vem resolvendo desde agosto de 2019, e com a pandemia, ela  entrou em franca expansão porque a Orchestra também reduz infecção cruzada dentro das UTIs, diminui custo com insumos e equipamentos utilizados pelos profissionais da saúde. Os hospitais, se vendo dentro da pandemia fazendo trabalho manual, e com os profissionais começando a se infectar com o contato com os pacientes, entenderam que ter integração de dados e interoperabilidade dentro das UTIs facilita e melhora o acompanhamento e assistência dessas UTIs.”

E os desafios de desenvolver um produto assim? “Foram inúmeros. Não é da cultura assistencial brasileira ter UTIs com equipamentos de beira leito automatizados e todos integrados; e dashboard estratégico para que o médico possa fazer um acompanhamento preventivo. Só que, antes disso, uma das grandes dificuldades é a infraestrutura, tanto a física como a lógica, com um cenário em que muitos hospitais não têm um cabeamento estruturado, não têm rede Wi-Fi, então tivemos que desenvolver soluções alternativas e até mesmo procurar no mercado conversores com saídas com conexão RS232 para transformar em conexão RJ45, que é mais comum para acessar a rede dos hospitais. Foi uma dificuldade grande”, conta Fernando Paiva.

A plataforma “não tem quantidade de usuários, mas quantidade de leitos”, explica: “Nosso modelo de negócios é o monitoramento por leito. Se o hospital tem 50 leitos de UTI, são 50 leitos monitorados 24 horas por dia, 30 dias por mês. Hoje temos aproximadamente de 1.200 a 1.500 leitos monitorados, utilizando a plataforma, sobretudo com  esse crescimento vertiginoso durante a pandemia. E agora que ganhamos o Ideiagov (programa da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico de São Paulo), aumentamos a possibilidade de ter, na esfera pública, a contribuição e a melhora de uns 6.000 leitos”, enumera.

Paiva reforça o potencial da plataforma em salvar vidas. “Um dos grandes benefícios da Orchestra é a redução da taxa de mortalidade. Como diminuímos essa taxa dentro de UTIs, temos uma média de 25% de redução da taxa de mortalidade, também porque reduzimos o tempo de permanência do paciente na UTI”, comenta.

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