Tanure diz que plano de recuperação dos acionistas é equilibrado

Investidor, dono de 5% da Oi através do fundo Société Mondiale, diz que vai seguir leis e cautelar, e que vai apresentar plano de recuperação da operadora viável à Anatel.

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O empresário Nelson Tanure, que tem pouco mais de 5% do capital social da Oi através do fundo Société Mondiale, mas passou a ter forte influência no conselho de administração e, na última semana, também na diretoria da empresa, emitiu um posicionamento no final da noite de ontem, 6. No texto, afirma que a cautelar ampliada da Anatel, que aperta o cerco da agência sobre os atos da concessionária, será uma “oportunidade para que o conselho de administração possa apresentar à agência o equilíbrio dos termos finais do PSA e do Plano de Recuperação Judicial da Oi”.

Segundo ele, a operadora “continuará respeitando todos os ritos legais e prazos jurídicos relacionados à atualização do seu Plano de Recuperação Judicial em juízo”, e respeitará a ordem da Anatel no acórdão, publicado hoje, 7, no Diário Oficial da União.

O investidor afirma, ainda, que espera “uma saída juridicamente sólida e financeiramente sustentável” para a companhia. “O Société Mondiale tem convicção de que o governo está fazendo todos os esforços para que a Oi recupere o seu equilíbrio econômico-financeiro”, conclui.

Histórico

Desde que começou a comprar ações da Oi, até chegar ao patamar de 5% do capital social, o fundo Société Mondiale atuou de forma agressiva. O ganho de influência no conselho Oi se deu por meio de ameaças de processo contra acionistas da época. Tanure também convocou assembleias de acionistas por conta própria, para forçar a Pharol a um acordo. Que veio, sob a forma de poder no conselho de administração da operadora.

A mudança no board exigiu ação da Anatel, que nomeou um representante para vigiar as reuniões, por temores de que os acionistas agissem contra os interesses da companhia. Com voz no conselho, Tanure vem negociando alternativas aos planos de recuperação propostos pela diretoria da tele, paralelamente ao trabalho da diretoria estatutária.

A queda de braço se tornou mais evidente nas últimas semanas, quando os diretores se recusaram a assinar um plano proposto pelo acionista. A recusa terminou com renúncia do CFO. Na última sexta-feira, Tanure e Pharol nomearam dois diretores que pertencem, também, ao conselho. Como a aprovação de um plano de recuperação exige a assinatura de ao menos dois diretores estatutários, o gesto dá carta branca para aprovação de sua proposta.

O movimento gerou reação de diversos interessados na recuperação. Bondholders emitiram posicionamento criticando a manobra. E a Anatel apertou o cerco, exigindo que qualquer acordo com credores só poderá ser proposto após aval da agência.

Até o momento, a assembleia-geral de credores da Oi, necessária para a aprovação de um plano de recuperação judicial, está marcada para o dia 10, próxima sexta-feira. Mas o encontro já passou por dois adiamentos, diante da dificuldade de os executivos chegarem a um acordo sobre qual plano de recuperação votar, inclusive com o aval do governo. Uma exigência da Justiça fluminense, que acompanha o caso, era a apresentação prévia do plano a ser votado e comunicação ao mercado dez dias antes da assembleia. O plano que vale, no caso, é o mesmo apresentado pela diretoria mês passado, tendo o PSA como adendo – caso o PSA seja aprovado pela Anatel.

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Rafael Bucco

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