Anatel quer incluir benefício social em preço de leilão de espectro

Segundo o superintendente de planejamento e regulação da agência, Alexandre Bicalho, na nova pauta regulatória que está sendo elaborada, a agência vai incluir uma proposta de licitação que faça o cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) da frequência a ser vendida levando em consideração o benefício social das metas a serem estabelecidas. Resta saber se o governo vai apoiar essa ideia.

shutterstock_Merydolla_politica_infraestrutura_regulacao_geral_frequencia_abstrataO SindiTelebrasil – que representa as operadoras de telecomunicações – voltou a defender hoje, 30, durante a reunião do Conselho Consultivo da Anatel, que as futuras licitações de frequências tenham como principal premissa a cobertura e abrangência do serviço, e não mais, como ocorreu até hoje, arrecadação de recursos para o Tesouro Nacional. ” A sociedade está demandando cada vez mais  do celular, não só em cobertura como em capacidade. Mas o governo prefere arrecadar a ampliar a cobertura do serviço”, reclama o diretor da entidade, Carlos Duprat.

Embora seja o Poder Executivo que defina a política a ser adotada pela agência reguladora na  elaboração  dos editais de venda de frequências – na última licitação realizada para a banda larga móvel,  a orientação do Ministério da Fazenda foi mesmo para a Anatel arrecadar a maior quantidade de recursos possível para o Tesouro, o que implicou em redução das obrigações de cobertura- a Anatel tente pelo menos negociar alguns pontos para a ampliação da rede móvel.

Agora, porém, segundo o superintendente de planejamento e regulação da agência, Alexandre Bicalho, na nova pauta regulatória que está sendo elaborada, a agência está buscando se instrumentalizar melhor. E  a consultoria contratada já está elaborando uma proposta de Valor Presente Líquido (VPL) que levará em consideração o benefício social das metas a serem estabelecidas.

Essa mudança seria implementada juntamente com as outras modificações previstas na proposta de projeto de lei que tramita no Congresso Nacional, o PL 3453, e que propõe a reformulação do marco legal de telecom. O projeto de lei  prevê a criação de revenda privada de espectro, além de acabar com o prazo determinado para o fim das atuais licenças de radiofrequências.

Assim como tudo o que a área técnica está tocando atualmente, não ainda sinalização de que essas propostas serão encampadas como políticas governamentais.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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